Ficha Técnica
Título: Aqualtune e as Histórias da África
Autor: Ana Cristina Mass
Editora: Gaivota
Ano: 2013
ISBN: 978-85-64816-23-7
Páginas:164
Resenha
Aqualtune é uma menina que não aceita seu nome, ela prefere ser chamada de Alice, mesmo seus pais lhe dizendo que é um nome "forte, diferente...". Alice é convidada para passar suas férias com Maria, sua amiga de escola, em uma antiga fazenda que servia de engenho de cana de açúcar que foi comprada há muito tempo. Junto com as duas meninas vai também Guilherme, porém este chegará um dia depois delas.
Ao chegarem na fazenda, elas ficam maravilhadas e logo começam a explorar todo o lugar em que se encontram, tanto a casa quanto os arredores, nesse ponto temos uma descrição completa da autora sobre o ambiente em que grande parte da história se passará, pontos de reconhecimento e locais fáceis de decorar para situar o leitor nos futuros acontecimentos.
Neste momento da história somos apresentados de uma maneira inusitada para mais um personagem que fará parte deste conto, uma grande ventania surge e as meninas que brincavam no engenho se deparam com a figura de um menino mascarado e, tão rápido quanto surge, ele some no meio da selva.
As meninas se assustam e voltam para a casa grande, dizem que não vão contar a ninguém o acontecido, mas no dia seguinte elas conhecem Vó Cambinda, que será o centro de toda a aventura do livro, ela irá revelar que Aqualtune não é apenas um nome diferente, mas sim um elemento de uma grande lenda africana e Alice pode mudar o destino daquele engenho e das pessoas que moram próximo à ele.
A narrativa do livro é simples e convidativa, aparenta uma mãe contando um conto para um filho, as falas dos personagens possuem pocas gírias e suas personalidades têm traços bem definidos. Em contraponto, a narrativa parece se perder em certos momentos, algumas falas dão um ar de robótica em poucos casos, mas retira o leitor da imersão do livro. A questão folclórica é bem apresentada, no final do conto podemos ler quais foram as referências históricas que a autora utilizou, valorizando a obra.
O enredo é simples e decorre de boa maneira, alguns detalhes podem causar um desconforto ao leitor, como o fato de os pais de Maria serem os mais ausentes possíveis e quando estão presentes não fazem quase nenhuma ação relevante. O conto se passa no presente, porém em vários momentos da narrativa sentimos que os personagens foram transportados para outra época. A vila que se situa perto da fazenda é pouco descrita, mas quase metade dos principais acontecimentos do livro se passam nela, e as pequenas coisas descritas fazem ela parecer um elemento fora de seu tempo.
Cambinda é um personagem essencial na trama, mas sempre que temos passagens com ela, parece que todo o ambiente narrado se perde e os personagens principais são colocados em segundo plano, ela literalmente rouba a cena.
O livro segue bem sua narrativa com os mitos, as curiosidades apresentadas instigam a leitura, o problema é o final, é muito insatisfatório. O final faz com que toda a leitura do livro se pareça vazia, que não tenha valido a pena. Confesso que é um final no qual não estamos acostumados em leituras para livros juvenis, porém ele parece incompleto, como se a autora estivesse cansada de escrever mais sobre o lugar interessante que criou e simplesmente abandasse a narrativa. Alguns pontos interessantes descobertos no decorrer da leitura são deixados em aberto, decepcionando o leitor e fazendo-o esperar por talvez uma continuação do conto.
Vale mencionar que a arte do livro é muito boa, ela é simples e totalmente dentro do contexto da narrativa, as "capas" que definem cada capítulo são artes que lembram tecidos africanos e suas estampas estão relacionadas aos acontecimentos do capitulo que será contado. O acabamento é simples, mas que boa qualidade, o livro é aconchegante para aqueles que o seguram em suas mãos.
O livro possui altos e baixos, mas é uma leitura válida, em certos pontos ele irá lhe surpreender e instigá-lo a seguir em frente, em outros lhe causará uma "careta" com o que está escrito em suas páginas mas mesmo assim vai ser difícil abandona-lo até chegar ao final, que provavelmente não vai satisfazer o leitor.
Aqualtune é uma menina que não aceita seu nome, ela prefere ser chamada de Alice, mesmo seus pais lhe dizendo que é um nome "forte, diferente...". Alice é convidada para passar suas férias com Maria, sua amiga de escola, em uma antiga fazenda que servia de engenho de cana de açúcar que foi comprada há muito tempo. Junto com as duas meninas vai também Guilherme, porém este chegará um dia depois delas.
Ao chegarem na fazenda, elas ficam maravilhadas e logo começam a explorar todo o lugar em que se encontram, tanto a casa quanto os arredores, nesse ponto temos uma descrição completa da autora sobre o ambiente em que grande parte da história se passará, pontos de reconhecimento e locais fáceis de decorar para situar o leitor nos futuros acontecimentos.
Neste momento da história somos apresentados de uma maneira inusitada para mais um personagem que fará parte deste conto, uma grande ventania surge e as meninas que brincavam no engenho se deparam com a figura de um menino mascarado e, tão rápido quanto surge, ele some no meio da selva.
As meninas se assustam e voltam para a casa grande, dizem que não vão contar a ninguém o acontecido, mas no dia seguinte elas conhecem Vó Cambinda, que será o centro de toda a aventura do livro, ela irá revelar que Aqualtune não é apenas um nome diferente, mas sim um elemento de uma grande lenda africana e Alice pode mudar o destino daquele engenho e das pessoas que moram próximo à ele.
A narrativa do livro é simples e convidativa, aparenta uma mãe contando um conto para um filho, as falas dos personagens possuem pocas gírias e suas personalidades têm traços bem definidos. Em contraponto, a narrativa parece se perder em certos momentos, algumas falas dão um ar de robótica em poucos casos, mas retira o leitor da imersão do livro. A questão folclórica é bem apresentada, no final do conto podemos ler quais foram as referências históricas que a autora utilizou, valorizando a obra.
O enredo é simples e decorre de boa maneira, alguns detalhes podem causar um desconforto ao leitor, como o fato de os pais de Maria serem os mais ausentes possíveis e quando estão presentes não fazem quase nenhuma ação relevante. O conto se passa no presente, porém em vários momentos da narrativa sentimos que os personagens foram transportados para outra época. A vila que se situa perto da fazenda é pouco descrita, mas quase metade dos principais acontecimentos do livro se passam nela, e as pequenas coisas descritas fazem ela parecer um elemento fora de seu tempo.
Cambinda é um personagem essencial na trama, mas sempre que temos passagens com ela, parece que todo o ambiente narrado se perde e os personagens principais são colocados em segundo plano, ela literalmente rouba a cena.
O livro segue bem sua narrativa com os mitos, as curiosidades apresentadas instigam a leitura, o problema é o final, é muito insatisfatório. O final faz com que toda a leitura do livro se pareça vazia, que não tenha valido a pena. Confesso que é um final no qual não estamos acostumados em leituras para livros juvenis, porém ele parece incompleto, como se a autora estivesse cansada de escrever mais sobre o lugar interessante que criou e simplesmente abandasse a narrativa. Alguns pontos interessantes descobertos no decorrer da leitura são deixados em aberto, decepcionando o leitor e fazendo-o esperar por talvez uma continuação do conto.
Vale mencionar que a arte do livro é muito boa, ela é simples e totalmente dentro do contexto da narrativa, as "capas" que definem cada capítulo são artes que lembram tecidos africanos e suas estampas estão relacionadas aos acontecimentos do capitulo que será contado. O acabamento é simples, mas que boa qualidade, o livro é aconchegante para aqueles que o seguram em suas mãos.
O livro possui altos e baixos, mas é uma leitura válida, em certos pontos ele irá lhe surpreender e instigá-lo a seguir em frente, em outros lhe causará uma "careta" com o que está escrito em suas páginas mas mesmo assim vai ser difícil abandona-lo até chegar ao final, que provavelmente não vai satisfazer o leitor.