quarta-feira, 5 de março de 2014

Resenha #40 - Persépolis

Postado por Unknown - quarta-feira, março 05, 2014 - com 15 comentários

Ficha Técnica

Titulo: Persépolis
Titulo Original: Persepolis
Autora: Marjane Satrapi
ISBN: 978-85-359-1162-6
Páginas: 352
Ano: 2012
Tradutor: Paulo Werneck
Editora: Quadrinhos na Cia. (Companhia das Letras)


Resenha


Em um quadrinho autobiográfico, Marjeane Satrapi inicia a narrativa com sua infância no Irã, demonstrando uma menina cheia de sonhos em que seu desejo ao crescer é se tornar uma messias, assim podendo resolver os problemas do mundo. Tendo uma família de padrões liberais para o país em que vive, a figura da avó se torna muito importante, que lhe passa noções de moral e um forte senso de humor. Seus pais são modernos ativistas de esquerda e seguem a inteligência da família.


Em 1978 o Irã passa por um período conturbado de ditadura do Xá, um grupo regido por islâmicos fanáticos que ditam e regram os costumes do povo iraniano. Marjeane se vê obrigada a utilizar o véu, tão comum no islamismo, crescendo dentro da menina um censo "revolucionário". Com preocupações sobre o futuro de sua filha no Irã, seus pais a mandam para Viena, capital da Áustria, para ela completar seus estudos e não ser atingida pela ditadura.



Em Viena vemos a adolescência de Marjeane, seus conflitos em questões como liberdade, amor, ideologias e crenças, todos com doses de melancolia pelo fato de estar bem longe de sua família, em um país de costumes diferentes. O dilema de sua volta ao Irã, abrindo mão de seus sonhos e ideais de liberdade, é o julgamento que seus antigos amigos e seus próprios parentes terão dela.

Toda a narrativa do quadrinho é bem fluida, as transições de cenas e períodos das vida da autora são bem aplicados. Toda a história é contada em primeira pessoa, o que aproxima mais o leitor de todos os sentimentos e ideias passadas pela escritora. Os diálogos são diretos e o apoio do narrador completa toda a escrita da obra.



As ilustrações são em preto e branco chapado, com pequenas tonalidades de cinza, mas a predominância do contraste preto e braco é marcante. Os traços lembram as ilustrações dos cordéis do nordeste brasileiro, com traços bem definidos e pequenos detalhes feitos por texturizações bidimensionais.

Persépolis é um quadrinho marcante pela profundidade humana que ele traz ao leitor, isso em certos momentos o torna cansativo, principalmente na adolescência de Marjeane. Em contraponto, os ideais políticos são muito bem explorados fazem o leitor pensar a política do mundo como um todo.

Esta graphic novel é uma excelente obra prima e uma ótima maneira de escrever uma autobiografia, a autora não esconde seus defeitos e problemas, vendo seus pontos de vistas e ideias sendo mudados conforme a evolução da personagem. Vale a pena a leitura e o acabamento da editora está muito bom.






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15 comentários:

  1. Hey!
    Fico imaginando o quão bom deve ser esse romance em quadrinhos, já que o mais perto que cheguei do gênero foi O diário de um banana. O fato de essas autobiografias cheias de significados serem voltadas para a infância, me deixam muito curiosa. Resenha super descritiva, senti o livro nas minhas mãos.
    Beijos.

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  2. Não me interesso muito pelo estilo, mas achei vários pontos muito positivos em Persepolis. Além de parecer bem profundo em alguns aspectos, gostei também da sinceridade na obra. É difícil ver biografias que admitem as falhas da pessoa.
    bjs

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  3. Nunca fui muito fã de quadrinhos, mas com este eu pude desfrutar de um enorme interesse. Foi uma das minhas melhores leituras. Depois dele, procurei por outros livros da autora e achei "Frango com ameixas", que também é me quadrinhos e com uma linda capa roxa.
    Desse também tem o longa-metragem, se algum dia tiver interesse em assistir, você encontra facilmente no Youtube.

    Minhas Impressões

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  4. Adorei a criatividade. Nunca tinha visto um quadrinho autobiográfico. Achei genial, sério. Contando que os únicos quadrinhos que eu leio são os da ATDMJ hahah

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  5. Apesar de o livro parecer mesmo ser bem interessante, eu não fiquei com muita vontade de ler não, não parece ser meu tipo.. E não gosto muito de biografias.

    Beijo :*
    www.tainahrodrigues.com
    fantasiandocomoslivros.blogspot.com.br

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  6. Nossa que interessante, quadrinhos, eu nunca tinha ouvido falar desse livro, mas eu curto muito historias em quadrinho, então eu acho que um livro em quadrinhos iria me agradar, adoraria ler.
    Beijos!!!

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  7. Nossa que fofo , eu não leio muito livros assim , mas acho muito interessante .. gosto de biografias e logo desse jeito kkk tudo fica mais interessante . Adorei :)

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  8. Não tenho costume de ler quadrinhos, mas a história parece bem interessante e tenho curiosidade em conhecer os costumes desse povo. =)

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  9. hahahaha que legal, achei massa a ideia de escrever uma biografia em quadrinhos *o* Muito criativa! E a capa está sensacional!

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  10. Gosto muito de quadrinhos e fiquei surpreso em saber que tem uma história tão incrível neste estilo. E espero ter a oportunidade ter ler...ks

    Abraços!
    http://macaliteraria.blogspot.com.br/

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  11. Que demais poder conhecer este livro....Achei super interessante e ainda mais cativante por ser em quadrinhos.Já adicionei a lista de desejados!!

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  12. Que bacana!!! Menina adorei!!
    Não conhecia nenhum tipo de quadrinho que falasse do Irã!
    Como sempre, vc me surpreende a cada dia mais :D
    Ariana Silva
    http://ariabooks.blogspot.com.br/

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  13. Simplesmente perfeito e quero, gosto desse estilo e sou boba para ri.

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  14. Tenho esse livro aqui em casa, mas ainda não o li. As primeiras experiências literárias que tive foram com os quadrinhos, embora eles fossem muito mais leves do que esse. Mesmo assim, a linguagem nunca deixou de me agradar. O interessante em "Persepolis" é que ele é uma autobiografia, e que tem umas reflexões bem interessantes. Enfim, vou lê-lo em breve.

    @_Dom_Dom

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  15. Hoje em dia, ver uma obra de HQ falando sobre o período neoliberalista, com visão política, é bem difícil. Acredito que o trabalho me atrairia bastante, depois de lido.
    Não porque eu goste de política, não gosto. Acho um trabalho vil, infame e patife. Não a política em si, mas a politicagem que as pessoas fazem e deturpam a ideia boa, que deveria existir.
    Esses dias eu li Política para não ser idiota. Pude me deparar exatamente com isso. É uma visão distorcida que as pessoas têm sobre política, que quem se envolve com ela, é quem é o verdadeiro idiota na história.
    Acho que é uma boa pedida para os preconceituosos de plantão.
    Histórias que envolvem período de Guerra, é sempre bastante instigante para mim.
    Gostei da premissa do HQ e com certeza irei apreciar mais.
    M&N | Desbrava(dores) de livros - Participe do nosso Top Comentarista

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